Foi dos pés do capitão que saiu a vitória diante do Atlético-MG, por 2 a 0
São Paulo, SP, 18 (AFI) - A
Libertadores havia sido cruel com Rogério Ceni na partida contra o The
Strongest. O veteraníssimo goleiro, maior ídolo da torcida, falhou
decisivamente no gol que derrubou o São Paulo para a terceira posição e colocou
o clube em situação dramática na última rodada. Mas o mesmo torneio que puniu
duramente o camisa 1 retribuiu da maneira mais espetacular que alguém poderia
imaginar. Foi dos pés do capitão que saiu a vitória diante do Atlético-MG, por
2 a 0, conquistada na noite da última quarta-feira, no Morumbi. A comemoração,
ajoelhado no chão e vibrando muito, ajudou a entender o que devia estar se
passando na sua cabeça nos últimos dias.
Rogério teria disputado na
última quarta sua última partida de Libertadores se o São Paulo não tivesse
vencido. O goleiro deve se aposentar no fim da temporada e não teria a chance
de disputar a competição de que mais gosta - e amargaria a eliminação vexatória
no Morumbi, o mesmo palco em que foi imortalizado levantando o troféu mais
desejado do continente em 2005. Em campo, ele pouco precisou trabalhar, já que
o time teve uma atuação segura na defesa. Sua função foi muito mais orientar e
tranquilizar os companheiros na missão de tentar derrubar o até então 100%
Atlético-MG.
O capitão, por sinal, tem
uma relação antiga com o rival mineiro. Foi contra o adversário que ele
ultrapassou Waldir Peres como atleta que mais vestiu a camisa do clube, em
2005. Seis anos depois, contra o mesmo adversário, chegou à impressionante
marca de mil jogos pelo time. Nesta quarta-feira, acrescentou mais um feito
maiúsculo à sua história e reconheceu que temeu se despedir de maneira
melancólica.
- "Pedi a Deus a chance
de a bola do jogo passar pelo meu pé. Passou pela cabeça que este seria o
último jogo pela Libertadores. Este será meu último ano de carreira. Agradeço
muito aos torcedores que vieram e abraçaram o time. Esse é o clube da fé. É o
clube onde a moeda cai de pé", ressaltou.
O goleiro reconheceu que,
apesar de ter vencido, a equipe ficou devendo na primeira fase, mas exaltou a
raça dos companheiros.
Emoção
Os jogadores não esconderam
a comoção depois da partida. Muitos desabaram no gramado, emocionados. Outros
correram em direção à torcida e se abraçaram. Ninguém parecia ser capaz de
assimilar exatamente o que estava acontecendo, enquanto a torcida gritava e
aplaudia o esforço do time, que teve uma demonstração de garra ainda não vista
no torneio.
A partida também serviu como
prévia do confronto das oitavas de final, já que os clubes vão se enfrentar
novamente. Fortalecidos pela vitória, os jogadores acreditam que chegarão em
condições melhores do que na primeira fase. "Será outra história. Vamos
com muito mais vontade do que hoje (quarta), a torcida pode esperar",
falou Paulo Henrique Ganso.
Na próxima partida, o time ainda não poderá contar com Luis Fabiano, que cumprirá o último jogo da
suspensão imposta pela Conmebol por causa da expulsão contra o Arsenal.
Por outro lado, terá o
retorno de Jadson - e não perdeu nenhum atleta por suspensão. As datas ainda
não estão definidas, mas a série será iniciada no Morumbi e encerrada no
Independência, em Belo Horizonte.
Fonte: Agência Estado
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