Doze
técnicos, oito anos e apenas um título: São Paulo não consegue achar o caminho
Técnicos
consagrados, nomes sem impacto, aposta do presidente, com perfil de valorizar a
base, linha dura e estilo “paizão”. Desde 2008, quando o São Paulo conquistou o
tricampeonato brasileiro com Muricy Ramalho, a diretoria já tentou todos os
perfis possíveis para recolocar o time no caminho das conquistas. E, com
exceção da Sul-Americana conquistada com Ney Franco em 2012, o que se viu foram
enormes decepções. A última ocasionou a demissão de Rogério Ceni, dispensado
após a derrota para o Flamengo, no último domingo.
Nem mesmo
Muricy Ramalho, idolatrado até hoje pelos são-paulinos, obteve êxito no
retorno. Dos 12 treinadores efetivos que trabalharam de 2009 até agora (foram
13 mudanças com as duas passagens de Ricardo Gomes), Muricy foi o que ficou
mais tempo no cargo: um ano e sete meses. Depois de livrar o clube do
rebaixamento em 2014, ele acabou deixando o time porque os resultados em campo
não eram bons no início de 2015 e também por problemas de saúde.
A mudança dos
técnicos no São Paulo começou em junho de 2009, quando Muricy foi demitido após
a eliminação na Taça Libertadores. De maneira surpreendente, chegou Ricardo
Gomes, uma aposta do então presidente Juvenal Juvêncio. A campanha foi boa. O
Tricolor Paulista disputou até as últimas rodadas o título brasileiro e, em
2010, foi semifinalista do principal torneio sul-americano, sendo eliminado pelo
Internacional.
Ricardo Gomes
acabou dispensado mesmo assim, e Juvenal resolveu inovar com a efetivação do
técnico do sub-20, Sérgio Baresi. A alegação era de que ele teria facilidade
para trabalhar com a base e que era preciso sair da mesmice. O trabalho foi um
fiasco, e Baresi acabou dispensado após 14 jogos, com aproveitamento de apenas
45%. Para seu lugar, chegou Paulo César Carpegiani, que voltava ao clube pela
segunda vez.
Os números do
treinador foram regulares (66% de aproveitamento). Só que os resultados não se
converteram em títulos. No início do Campeonato Brasileiro de 2011, o São Paulo
teve uma sequência de cinco vitórias nas cinco primeiras rodadas. No entanto, o
time caiu de rendimento e, após três derrotas seguidas, foi demitido.
Um treinador
dispensado depois de apenas 22 partidas deixa claro que foi um erro apostar na
sua contratação. Adilson Batista foi outro que decepcionou e ficou apenas três
meses no cargo.
Quando ele
saiu, a diretoria então resolveu trazer um técnico linha dura, para dar um
choque de comando nos atletas: chegou Emerson Leão. Diferentemente da primeira
passagem, quando conquistou o título paulista de 2005, o trabalho não rendeu
títulos. O desempenho até foi bom (63% de aproveitamento), mas ele se
desentendeu com a diretoria depois que ela barrou o zagueiro Paulo Miranda sem
o aval do treinador. Mais um adeus.
Novo técnico,
novo perfil. Ney Franco, que fazia um ótimo trabalho na seleção brasileira
sub-20, foi o escolhido como substituto. Embora tivesse feito o Tricolor Paulista
acabar com o jejum de títulos com a conquista da Copa Sul-Americana de 2012, a
passagem dele ficou marcada pelo fato de ter se desentendido com o então
capitão e goleiro Rogério Ceni. Na ocasião, o camisa 1 foi repreendido
publicamente pelo diretor de futebol Adalberto Baptista, demitido Juvenal
Juvêncio.
Quando Ney
Franco saiu, o presidente e seus comandados apostaram em um velho conhecido:
Paulo Autuori, campeão da Libertadores e do Mundial de Clubes da Fifa de 2005.
Mas a passagem foi um fiasco. Com um elenco muito ruim, o técnico venceu apenas
três de 17 partidas disputadas e entrou na zona de rebaixamento do Campeonato
Brasileiro. Com dois meses, ele foi demitido, e a diretoria chamou Muricy
Ramalho para ser o salvador da pátria.
Muricy fez um
ótimo trabalho, mantendo o São Paulo na Série A. No ano seguinte, com várias
estrelas no time (Kaká, Alan Kardec, Pato, Luis Fabiano e Rogério Ceni), o time
foi vice-campeão brasileiro e garantiu presença na Libertadores de 2015. Mas o
time se perdeu em campo. O treinador, que também não estava com a saúde 100%,
acabou saindo em comum acordo após uma derrota para o Botafogo, em Ribeirão
Preto, pelo Campeonato Paulista.
A diretoria,
na época comandada por Carlos Miguel Aidar, resolveu inovar e partiu atrás de
um técnico estrangeiro. Após muita procura, fechou com o colombiano Juan Carlos
Osorio. Foram apenas quatro meses de trabalho. Ele bateu de frente com a
diretoria por causa das várias vendas ocorridas durante a janela de
transferências. Quando surgiu uma proposta para assumir o comando da seleção do
México, o treinador decidiu sair. Para a vaga, Aidar trouxe o técnico que ficou
o menor tempo de todos no período: Doriva. Com sete partidas, quatro derrotas e
a eliminação na Copa do Brasil para o Santos, ele durou apenas um mês.
Aidar
renunciou ao cargo de presidente, Leco assumiu interinamente, e a diretoria
voltou a apostar em um estrangeiro, com perfil bem diferente ao de Osorio. O
escolhido foi Edgardo Bauza, bicampeão da Libertadores com LDU e San Lorenzo. O
trabalho na competição sul-americana foi ótimo (chegou à semifinal), mas
novamente a venda de vários atletas no período de negociações atrapalhou seu
trabalho. Como havia ocorrido com o colombiano, ele trocou o São Paulo por uma
seleção, a argentina.
Leco, então,
trouxe Ricardo Gomes. Desde o início, o trabalho não empolgou. Tanto que foi
demitido pela diretoria após apenas três meses e meio. Pintado dirigiu o time até
o final do ano, enquanto a diretoria partiu para uma atitude totalmente
radical: apostou no ídolo Rogério Ceni, que iniciava sua carreira de treinador
no clube do coração somente um ano depois de se aposentar.
O trabalho não foi bom. Rogério Ceni acumulou muitos resultados negativos. Vieram as eliminações no Campeonato Paulista, na Copa do Brasil e na Copa Sul-Americana. No Campeonato Brasileiro, o time entrou na zona de rebaixamento com a derrota para o Flamengo. Para piorar, o treinador perdeu várias jogadores que foram negociados. Com medo da queda para Série B e tentando dar uma chacoalhada no elenco, a diretoria optou pela demissão do treinador. Resta agora saber quem será o novo escolhido.
O trabalho não foi bom. Rogério Ceni acumulou muitos resultados negativos. Vieram as eliminações no Campeonato Paulista, na Copa do Brasil e na Copa Sul-Americana. No Campeonato Brasileiro, o time entrou na zona de rebaixamento com a derrota para o Flamengo. Para piorar, o treinador perdeu várias jogadores que foram negociados. Com medo da queda para Série B e tentando dar uma chacoalhada no elenco, a diretoria optou pela demissão do treinador. Resta agora saber quem será o novo escolhido.
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