quinta-feira, 1 de setembro de 2016

A realidade de um clube que se apequenou com o passar do tempo

A invasão ao centro de treinamentos do São Paulo, no último sábado, foi a prova de uma recente caída do único clube brasileiro tricampeão do mundo. Essa decadência se reflete pelo enfraquecimento financeiro do clube, que antes chamado de "Soberano", na segunda metade da década passada, vê agora seus maiores rivais muito acima.
Esta matéria pretende detalhar a crise que se estabeleceu no clube em termos financeiro, político e técnico.
O São Paulo teve a maior receita entre clubes brasileiros no ano de 2013 (cerca de R$ 362 milhões), graças à venda de Lucas ao Paris Saint-Germain por quase R$ 118 milhões. Dois anos depois, Flamengo, Palmeiras e Corinthians arrecadaram mais e gastaram menos do que o São Paulo, de acordo com estudo do banco Itaú BBA, divulgado em julho. Assim, o São Paulo é o único entre os quatro maiores clubes do país que não conseguiu ultrapassar o patamar do bilhão.
No ano passado, o São Paulo arrecadou R$ 36,6 milhões em publicidade e patrocínio, quase a metade do que Palmeiras (R$ 70 milhões) e Corinthians (R$ 67 milhões) conseguiram. Nesta temporada, após um longo período, o clube finalmente conseguiu comercializar o principal espaço de seu uniforme para a Prevent Senior, empresa de saúde. Ainda assim, por valores bem abaixo dos de seus concorrentes.
As transferências de atletas, serviram de grande fonte de renda. São R$ 351 milhões em vendas de 2010 a 2015, segundo o Itaú BBA. O diretor financeiro afirma que o clube conseguiu cerca de R$ 60 milhões com as vendas de jogadores como Paulo Henrique Ganso e Alan Kardec.
A diretoria são-paulina está otimista com os resultados de 2016 e entende ser possível ignorar a expectativa negativa quanto a questão financeira.
Nesses dez anos, o São Paulo teve três administrações diferentes. Juvenal Juvêncio comandou o clube de 2006 a 2014, quando elegeu seu sucessor, Carlos Miguel Aidar. Pouco mais de um ano após sua eleição, em outubro de 2015, Aidar renunciou ao ter o nome envolvido num escândalo de corrupção. Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco, assumiu a presidência e agora tenta recuperar o time.
Agora, o clube precisa lidar com as consequências de sua realidade. O time está na zona desconfortável do Campeonato Brasileiro. Só quatro pontos o separa da zona de rebaixamento da competição.

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