terça-feira, 8 de agosto de 2017

Problemas frequentes fazem o São Paulo piorar com Dorival

Faz um mês que Rogério Ceni foi embora e Dorival Júnior chegou, mas o São Paulo piorou neste Campeonato Brasileiro. Um dos motivos que explicam a permanência do time na zona do rebaixamento mesmo com a mudança da comissão técnica é o fraco rendimento de seu sistema defensivo, que piorou com Dorival.
O número de gols sofridos aumentou ao mesmo tempo em que as falhas permanecem e a marcação não conseguiu se encaixar.
Com Rogério Ceni o São Paulo nas primeiras 11 rodadas do campeonato, o time sofreu 11 gols, média de um por jogo. Em quatro rodadas, saiu de campo sem ser vazado. Já com Dorival são sete partidas, com 12 gols sofridos (média de 1,71 por partida). O goleiro Renan Ribeiro só ficou uma partida sem tomar gols, que foi a diante do Vasco.
O que chama a atenção é que o atual técnico usa uma metodologia diferente daquela usada por Rogério Ceni. Enquanto Ceni mexia constantemente na escalação, Dorival apostou na sequência e alterou o mínimo possível. Evitou fazer improvisações. Na zaga, efetivou o recém-chegado Arboleda ao lado de Rodrigo Caio. Ambos têm desempenhos apenas regulares.
Nesse setor, chama a atenção, por exemplo, o fato de Aderllan, que foi apresentado no dia 21 de julho, ainda não ter sido relacionado. Já Lugano, de contrato renovado, hoje é apenas a quarta opção do setor, atrás também de Militão, que entrou e teve atuação discreta no jogo diante do Bahia.
Nas laterais, o drama do novo treinador é maior. Ceni não gostava de Bruno e Buffarini, tanto que improvisava o volante Araruna na posição. Quando Dorival chegou, a estreia foi contra o Atlético-GO, no Morumbi, e Buffarini ganhou a oportunidade. Foi muito mal. Tanto que, no jogo seguinte, veio a mudança, com Bruno sendo o substituto.
Ele teve sequência, atuou em cinco partidas, mas esteve longe de agradar. Hoje, é um dos jogadores mais criticados pela torcida durante os jogos e nas redes sociais. Não atuou contra o Bahia por conta de uma lesão. Araruna entrou (Buffarini não foi relacionado pelo excesso de estrangeiros) e também não teve um bom desempenho.
Pelo lado esquerdo, Junior Tavares era titular absoluto com Rogério Ceni, mas perdeu espaço com Dorival. Foi titular em duas partidas. Após falhar muito na partida diante da Chapecoense, quando teve participação direta nos dois gols do adversário, perdeu a vaga para Edimar, contratado em março e que ainda não havia estreado. No segundo tempo contra o Bahia, insatisfeito, Dorival tirou Edimar e deu uma nova a chance a Junior Tavares.
No meio de campo, houve também mudança no jeito de escalar o time. Com Ceni, o time atuava com três volantes – na maior parte dos jogos, teve Jucilei, Cícero e Thiago Mendes. Nesse caso, Jucilei ficava mais atrás e os outros dois à frente. Dorival primeiro tentou dois volantes atuando lado a lado (Jucilei e Petros). Não deu certo. Faltava pegada. Contra o Bahia, o técnico usou um esquema tático parecido com o que era da preferência de Ceni. Jucilei ficou atrás, com Petros e Hernanes à frente.
Para explicar a fragilidade do sistema defensivo do São Paulo é preciso também falar da falta de combate que ocorre na frente. Cueva e Pratto têm dificuldade para auxiliar a marcação. Não há mais aquela pressão na saída de bola que era tão característica com Rogério Ceni no começo da temporada. Isso acaba sobrecarregando Jucilei e Petros. Nos últimos jogos, Dorival tem tirado um volante no segundo tempo, o que deixa o time ainda mais exposto.
Como não há ajuste na marcação, o time dificilmente consegue ter tranquilidade em campo. Em quatro dos sete jogos com Dorival, o São Paulo saiu atrás no placar antes de fazer um gol. Contra o Botafogo, apesar de ter saído na frente, tomou a virada em apenas sete minutos. Diante do Atlético-GO, esteve duas vezes à frente, mas tomou gols nos minutos seguintes. Já contra o Bahia, viu o adversário abrir dois gols de vantagem em apenas três minutos.
A aposta da comissão técnica e da torcida é que a situação possa melhorar a partir de agora, já que haverá tempo para treinar. Nas primeiras seis rodadas do segundo turno, o São Paulo atuará apenas aos finais de semana. Com cinco dias de treinos antes de cada jogo, Dorival poderá fazer ajustes e treinar novas estratégias.

#ReageSãoPaulo

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