terça-feira, 15 de dezembro de 2015

10 anos depois 

O São Paulo trocou de técnico 12 vezes nos últimos 10 anos. Um número excessivo que também ajuda a explicar a recente falta de títulos. Apesar disso, essa será a primeira vez desde 2005 que o time vai começar uma temporada com novo técnico. Desde que Paulo Autuori deixou o cargo, após a conquista do título mundial de 2005, para ser substituído por Muricy Ramalho, todas as outras substituições de treinadores aconteceram no decorrer da temporada.
Ainda em busca de um técnico ideal, a diretoria leva em consideração o fato de o próximo técnico ter uma pré-temporada inteira para impor seu estilo de trabalho. É exatamente essa mentalidade que tem estendido o tempo de escolha e acerto.
O clube planeja dar fim a esse modo repetitivo de demissões e contratações. Para isso, o departamento de futebol têm estudado trabalhos anteriores dos possíveis técnicos e esperam que o time tenha um treinador a partir de janeiro. E tudo é feito com absoluto e raro sigilo.
Em seis temporadas e meia, o São Paulo teve 10 treinadores, incluindo o retorno de Muricy Ramalho, que tinha sido demitido em 2009, e foi técnico do time entre 2013 e 2015.
O início de cada ano é simbólico por se tratar do período em que o técnico tem mais tempo para dar uma identidade ao time, que será aprimorada ao longo da temporada. Por diversas razões, desde 2005, as diferentes diretorias optaram por manter treinadores no ano seguinte.
Depois da saída de Paulo Autuori em 2005, não havia motivo para demitir o técnico Muricy Ramalho, já que ele tinha sido campeão Brasileiro nos três anos seguintes. Em 2009, Ricardo Gomes quase ganhou o campeonato e terminou a temporada sendo extremamente elogiado. Paulo César Carpegiani fez o São Paulo melhorar nos últimos meses de 2010, e também foi mantido. Avaliação semelhante à que foi feita no ano seguinte quando Emerson Leão foi o treinador do time na virada de 2011 para 2012.
A conquista da Copa Sul-Americana em dezembro manteve Ney Franco no término da temporada de 2012. A recuperação no Campeonato Brasileiro de 2013 e o vice-campeonato em 2014 foram feitos suficientes para que Muricy Ramalho permanecesse mais uma vez na função.
A conturbada temporada de 2015 teve a saída de Muricy, que, além de ter que se tratar dos problemas de saúde, não agradava mais aos dirigentes, e a breve passagem do técnico colombiano Juan Carlos Osorio, que foi contratado pela Seleção do México, fazendo com que o ex-presidente Carlos Miguel Aidar, trouxesse Doriva. Como já se previa, ele ficou pouco tempo no clube, sendo demitido depois da renúncia de Aidar. Milton Cruz, por duas vezes, assumiu interinamente, como em tantos outros momentos nesses 10 anos.
Arrependido de ter estipulado o prazo de uma semana para contratar um novo técnico depois da derrota vergonhosa por 6 a 1 para o rival Corinthians, o agora presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, evitou previsões para anunciar o novo técnico do time. Por enquanto, a diretoria se permite não ter pressa para tentar minimizar a chance de mais um erro.

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