sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Rogério Ceni: o artilheiro de luvas

Cobrar faltas e pênaltis com perfeição. Foi assim que Rogério Ceni se consagrou como o maior goleiro artilheiro do futebol mundial, com 131 gols marcados.
Quando atravessava o campo para cobrar uma falta ou um pênalti, o M1TO deixava os goleiros adversários apavorados.
Aos 42 anos, 25 dedicados ao São Paulo, o único clube da sua carreira como jogador profissional, chega a hora de dizer adeus.
A despedida de Rogério Ceni será nesta sexta-feira (11), no Morumbi, com uma partida entre os bicampeões mundiais de 1992 e 1993 e os companheiros dele no tricampeonato de 2005.
Lesionado, o goleiro não pôde se despedir num jogo oficial, que seria diante do Goiás, o último do time na temporada.
Mesmo assim, Rogério Ceni fez questão de viajar para apoiar os companheiros pela última vez a beira do gramado.
Natural de Pato Branco, no Paraná, o goleiro cresceu no Mato Grosso, onde deu os primeiros passos no futebol, jogando no modesto Sinop, até chegar ao São Paulo em 1990, com apenas 17 anos.
Desde então, foram 1.237 partidas com a camisa do time. Nenhum jogador na história defendeu tantas vezes o mesmo clube.  Foi capitão durante 16 anos e conquistou 26 títulos, com destaques para o tricampeonato brasileiro de 2006, 2007 e 2008, quando Muricy Ramalho era o técnico, e os títulos da Taça Libertadores e do Mundial de 2005.
Dos 131 gols que marcou na carreira, 69 foram de pênalti, 61 de falta e um com bola rolando. Com esta marca, ele deixa o São Paulo como décimo maior artilheiro da história do clube.
Na reserva de Zetti, Rogério Ceni viu a geração dourada de 1992 e 1993 levar o clube ao bicampeonato mundial, quando Telê Santana era técnico. Sua estreia no time principal foi no dia 25 de agosto de 1993, durante um amistoso na Espanha.
Rogério Ceni foi considerado de vez um 'mito' 12 anos depois, no dia 18 de dezembro de 2005, quando foi eleito o melhor em campo na final do Mundial de Clubes, com defesas espetaculares na final diante do Liverpool (1-0), em Yokohama, no Japão.
Foi o melhor ano da sua carreira, com outros dois títulos (Taça Libertadores e Campeonato Paulista), e 21 gols marcados. Oito meses depois, o camisa 01 superou o paraguaio Chilavert na artilharia histórica dos goleiros. Em 2013, o 'mito' superou até uma marca do Rei Pelé, que disputou 1.116 partidas no Santos.
Yokohama foi de novo, o lugar que possibilitou mais um grande momento na carreira de Rogério Ceni, que, em 2002, três anos depois de chegar ao topo do futebol mundial com o São Paulo, ele já tinha se consagrado campeão com a Seleção Brasileira, mesmo que o goleiro tivesse sido reserva de Marcos, e assistido do banco à campanha do penta.
Rogério disputou apenas 17 partidas com a camisa da Seleção, e sua participação em Copas do Mundo se resumiu a oito minutos, contra o Japão, em 2006, na Alemanha.
Rogério adiava a aposentadoria desde que completou 40 anos de idade, porque sempre encontrou motivos para esticar um pouco mais a vitoriosa carreira.

- "Todos, todos tem goleiro, só nós temos Rogério".

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