sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Retrospectiva 2019: vexame,  decepção com medalhões e descobertas

O São Paulo completou no turbulento 2019 o sétimo ano seguido sem conquistar títulos. E olha que teve muita coisa na temporada do Tricolor Paulista: foram quatro técnicos, teve a saída de dois veteranos apelidados em algum momento de salvadores da pátria, a chegada de medalhões e duas boas descobertas: Antony, atacante revelado nas categorias de base, e o goleiro Tiago Volpi.
O ano foi tão difícil que reservou duras e dolorosas decepções. A maior delas foi a eliminação precoce e inédita na fase preliminar da Copa Libertadores. A outra foi o vice do Campeonato Paulista, com a equipe são-paulina perdendo o título para o rival Corinthians.
Dá para dizer que até a alma do clube foi atingida em 2019. Primeiro no estádio do Morumbi, que teve vários setores alagados durante as fortes chuvas no mês de março. Depois com os ataques a Raí, executivo de futebol, em mais um ano da desgatante gestão Leco. Muitos torcedores pediram a demissão do ídolo.
No total, o São Paulo fez 62 jogos, com 23 vitórias, 19 empates e 20 derrotas, entre partidas oficiais (foram 60) e amistosas (foram 2).

VEXAME CONTINENTAL

A equipe teve como adversário o Talleres, da Argentina, na segunda rodada preliminar da Copa Libertadores. O jogo de volta estava marcado para o Morumbi, dia que o clube reabriria o estádio após reformas internas e estruturais. Ninguém poderia imaginar um vexame...
Não que a fase fosse boa. O São Paulo vinha de resultados ruins no Campeonato Estadual e o técnico André Jardine (aposta de Raí ao final de 2018) estava sob fortes críticas, mas o elenco sao-paulino era melhor e a "camisa" mais pesada, diziam. Só que às coisas não são bem assim: eliminação em casa após empate sem gols.
Foi a pior campanha do clube na competição. A torcida não engoliu e iniciou fortes protestos ao término da partida. Torcedores organizados bloquearam a saída principal do Morumbi com gritos em tom de ameaça e, pela primeira vez, Raí foi atacado pelos são-paulinos.

TIME VOLTA A DISPUTAR UMA FINAL

Desde a decisão da Copa Sul-Americana em 2012, o São Paulo não chegou a mais nenhuma final (excluindo à disputa da Recopa-2013, que consiste apenas na disputa da final) até a decisão do Campeonato Paulista de 2019. E a campanha não foi fácil para o torcedor são-paulino.
Na primeira fase da competição estadual, o time perdeu todos os clássicos, chegou a ser ameaçado na zona de classificação e só garantiu a vaga para a fase eliminatória na última rodada, quando empatou com o rebaixado São Caetano e deixou o campo do Anacleto Campanella vaiado. E a campanha que começou com André Jardine passou para Vagner Mancini, técnico interino.
De forma até surpreendente, fez o São Paulo jogar bem e levar o time até o segundo jogo da semifinal diante do Palmeiras. Foi quando Cuca assumiu. Logo na estreia do novo técnico, o time conseguiu eliminar o inimigo que jogava em casa graças a atuação inspirada do goleiro Tiago Volpi. Mas fez dois jogos ruins na final com o Corinthians e acabou perdendo o título.

MEDALHÕES DECEPCIONAM

Ninguém poderia imaginar que as grandes decepções do São Paulo neste ano seriam os jogadores mais talentosos e/ou os "medalhões", mas eles foram. Contratado ainda em dezembro, Hernanes não conseguiu fazer boas partidas e terminou o ano admitindo que ficou devendo.
Alexandre Pato chegou no mês de abril com a promessa de recolocar o São Paulo no topo. Só jogou o Campeonato Brasileiro e não empolgou. Fez apenas 13 gols em 53 jogos.
Outras duas contratações que deixaram a torcida chateada foram a do espanhol Juanfran - não justificando a fama alcançada no futebol europeu - e de Pablo, que, apesar de não ser um veterano, veio como o grande destaque da temporada anterior quando fez gols decisivos quando vestia a camisa do Athletico Parananense, mas sofreu muitas lesões em 2019.
E o ano ainda teve as despedidas de Diego Souza (foi para o Botafogo) e Nenê (foi para o Fluminense), os protagonistas de 2018 e que vieram para fazer o time ser campeão...

TÉCNICOS, LECO E RAÍ

Nenhum outro setor no São Paulo gerou tantas críticas como o cargo de treinador. Excluindo, é claro, o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, e Raí, executivo de futebol. A cada novo fracasso em campo, os gritos de "Fora Leco" e "Raí pede para sair" passaram a se multiplicar.
O futebol foi turbulento com muitas mudanças de técnico. André Jardine durou até 14 de fevereiro (10 jogos no total). Vagner Mancini assumiu como interino por 41 dias (9 jogos no total) e saiu meses depois de forma polêmica. Cuca ficou de 1º de abril até 26 de setembro (26 jogos no total). E depois Fernando Diniz chegou e vai continuar dirigindo o time (soma 17 jogos).
O melhor aproveitamento na temporada foi exatamente de Fernando Diniz, com 54,9%. Ainda assim, ele conta com a desaprovação de muitos torcedores.

DESCOBERTAS

Quer dizer que 2019 não valeu em nada para o São Paulo? Não é bem assim. Foi um ano duro para a torcida, mas teve aspectos positivos. O maior deles foi criado pelo próprio clube. A equipe sub-20 sagrou-se campeão da Copa São Paulo de futebol júnior, em janeiro.
Aquele foi o quarto título são-paulino na competição e revelou Antony, o atacante que encantou a torcida na temporada. Outras revelações apareceram, mas mal ficaram no clube. Casos do zagueiro Morato (vendido ao Benfica) e do atacante Gabriel Novaes (emprestado ao Barcelona B).
Uma leva de jovens, que já vinha treinando com o profissional, também mostrou evolução. Foram os casos de Luan e Igor Gomes.
O São Paulo também fechou o ano com um goleiro, posição que gerava grande dificuldade para o clube desde a aposentadoria de Rogério Ceni, em 2015. Tiago Volpi veio por empréstimo do Querétaro, do México, e teve uma temporada sólida. Tanto que no mês de agosto a torcida já cobrava a diretoria por sua contratação definitiva (avaliada em 5 milhões de dólares).
Por fim, foi o ano da chegada de Daniel Alves, o jogador com mais títulos como profissional no futebol. É verdade que o São Paulo ainda não alcançou os objetivos almejados com ele, mas há mais três anos de contrato para cumprir. O lateral-direito gera boa expectativa no clube e nos torcedores.

Como será o ano de 2020 para o São Paulo? A resposta virá quando a temporada começar!

CRÉDITOS: ESPN

Nenhum comentário:

Postar um comentário