segunda-feira, 3 de julho de 2017

São Paulo demite Rogério Ceni

Através de um comunicado, o São Paulo divulgou, na tarde desta segunda-feira, a demissão de Rogério Ceni. Um dos maiores ídolos da história do São Paulo, o ex-goleiro não conseguiu brilhar na nova função de treinador e acabou sendo demitido após seis meses de trabalho, com o time na zona do rebaixamento e há seis rodadas sem vencer no Campeonato Brasileiro.
– O respeito e o reconhecimento pela grandeza de Rogerio Ceni, como figura histórica desta instituição, serão eternamente celebrados – disse o presidente do clube, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco.
No comunicado, o clube não fala em "comum acordo". O texto apenas informa sobre Rogério Ceni "deixar o comando técnico de sua equipe principal". A nota ressalta que, "em sua passagem como treinador, Rogério Ceni demonstrou a dedicação e o empenho que o caracterizaram como atleta. Desejamos boa sorte a este que sempre será um dos maiores ídolos de nossa história".
A demissão de Rogério Ceni acontece três dias após a saída de seu auxiliar, o inglês Michael Beale, que alegou problemas de adaptação ao Brasil para justificiar seu pedido de demissão. É sabido, porém, que tanto Michael Beale como Rogério Ceni estavam profundamente decepcionados com as mudanças no elenco, com constantes saídas e chegadas de jogadores.
Ao contrário dos antecessores, há multa rescisória no contrato de Ceni, que valia até dezembro de 2018. Em entrevista recente ao site GloboEsporte.com, o presidente do clube confirmou que ela depende do desempenho do time. A meta estipulada, sugerida pelo técnico, é a média dos aproveitamentos de Juan Carlos Osorio (51%), Edgardo Bauza (46,5%) e Ricardo Gomes (42,5%). Rogério Ceni sai com 49,5% de aproveitamento, sendo 37 jogos, 14 vitórias, 13 empates e 10 derrotas.
Sua última derrota no comando técnico do Tricolor Paulista aconteceu ontem (2 a 0 para o Flamengo, no Rio de Janeiro). Na entrevista após o encerramento da partida, Rogério Ceni falou que era "hora de unir forças".
A última vez que o São Paulo começou e terminou um ano com um mesmo técnico foi em 2008, com Muricy Ramalho, quando conquistou seu sexto título brasileiro, o terceiro consecutivo como técnico do time.
A diretoria são-paulina ainda não fala em substituto. O ex-jogador Pintado, atualmente auxiliar (com cargo fixo no clube, independentemente da comissão técnica), deve assumir como interino.
Os principais treinadores disponíveis no mercado são Dorival Júnior (ex-Santos), Marcelo Oliveira (ex-Palmeiras, Atlético-MG e Cruzeiro) e Dunga (ex-Seleção). Depois de duas experiências conturbadas com técnicos estrangeiros (se referindo ao colombiano Juan Carlos Osorio e ao argentino Edgardo Bauza), é pouco provável que o clube vá atrás de outro técnico que não seja brasileiro.
Maior ídolo da história do clube, Rogério Ceni se aposentou no final de 2015, depois de ter conquistado os maiores títulos da história do São Paulo: três brasileiros, três estaduais, dois mundiais de clubes, duas Libertadores... A lista é grande. No total, foram 1237 jogos com a camisa do São Paulo, sendo 938 como capitão, e 131 gols. Ele é o maior goleiro artilheiro da história do futebol.
Após passar o ano de 2016 estudando – período em que visitou grandes clubes europeus – Rogério foi anunciado como treinador do São Paulo em dezembro. Sua estreia foi vitoriosa, com a conquista do Torneio da Flórida. Os bons resultados em 2017 terminaram ali.
Com Rogério como técnico, o São Paulo nunca estabeleceu um modelo padrão de jogo. Oscilou na maneira de jogar e nos resultados. No Campeonato Paulista, foi eliminado pelo Corinthians nas semifinais. Na Copa do Brasil, foi eliminado pelo Cruzeiro. Na Copa Sul-Americana, para o modestíssimo Defensa y Justicia da Argentina.

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